Cereja literária: Nesse jogo você ou alguém que você ama morre. Qual será a sua escolha?


"Mas a verdade nua e crua é que era impossível conhecer de verdade outra pessoa.''

(imagem do site colorindonuvens.com)

(5/39) 5 estrelas! (muito bem merecidas por sinal!!)

"Em um primeiro momento somos eu e Sam juntos. Na verdade, eu, Sam e uma arma. No fundo já sabemos como tudo tem que acabar. Sam me olha nos olhos de uma maneira quase feroz e penso: "como chegamos a esse ponto?". Estamos no nosso estado mais primitivo lutando por nossas vidas. Quanto mais prolongamos, mais sofremos. Mas afinal, sofrer vai ser inevitável já que um irá partir e o outro irá viver com o que fará até o fim dos dias. 
Sam me olha novamente nos olhos, mas estes já estão cheio de lágrimas. Sei o que ele vai me pedir, não quero, mas sei que será preciso. "Faça logo, Amy, alguém precisa sair vivo daqui". Sinto o frio do metal sobre os meus dedos e tento não pensar no que vem em seguida. Sinto as lágrimas escorrerem por toda a minha face, coisa que já não acontecia a muito tempo pela falta de agua. E então tudo acontece.... É o fim."


No começo de tudo conhecemos Amy e Sam, um casal adolescente que após pegar carona, acabaram em uma emboscada. São sequestrados e um jogo se inicia a partir dai: somente 1 irá sair com vida. Mas a graça da brincadeira é você matar quem ama para poder viver. 
Isso me lembrou um pouco jogos mortais. Uma situação sádica que marca a vítima que escolheu matar por sua própria sobrevivência pelo resto da vida.
Mas o que poderia ser o final de uma situação, é o começo de uma serial killer que quer mais do que apenas fazer as vítimas passarem por um trauma irrecuperável, ela quer que alguém muito específico venha ao seu encontro.

Helen Grace é a detetive-inspetora designada a cuidar do mistério desse caso, mas depois de conversar com Amy, ela pensa que isso pode ser tudo invenção da cabeça da adolescente. Até que acontece de novo e de novo. Então ela  se empenha totalmente enquanto as pessoas vão desaparecendo e ela tenta entender a conexão de todas elas e as circunstâncias que foram sequestradas. Não existe local específico, mas são lugares distintos e desertos. É tudo muito limpo e premeditado. 
A caçada ao assassino é cheia de suspenses que ligam passado e presente, principalmente com relação a vida de Helen Grace.

É um livro que me surpreendeu bastante. Em tudo na verdade. Narrativa maravilhosa, sem encheção de linguiça, cheia de informações, suspeitas, casos a serem resolvidos. Isso me instigou demais a persistir no livro, o que não foi nenhum problema. Fazia tempo que eu não me sentia tão presa em uma história, buscando a verdade, tentando entender os detalhes implícitos em cada linha! 
Aliás, o que são as mulheres nesse livro? Personalidades fortes, independentes, incríveis e poderosas. Até porque quem está por trás de todos esses crimes perfeitos é uma mulher! O que ninguém poderia imaginar, já que maioria dos livros de suspenses tratam os homens como perfeitos nos crimes que comentem! Exploraram ao máximo o potencial de todas as personagens femininas no livro, o que deixou tudo muito mais gostoso e surpreendente! 
Eu não dava nada para essa obra, mas me cativou bem mais do que "A mulher na cabine 10", resenha abaixo dessa postagem! 

Leiam quando puderem e não irão se arrepender! 

Descrição técnica
Uni-Duni-Tê, J. Arlidge. Páginas:322, Editora: Record. Ano:2016

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